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professora jessica
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Preparação e parceria com a família são fundamentais para assegurar
uma adaptação tranquila aos bebês que vão à escola pela primeira vez
Fernanda Salla (novaescola@atleitor.com.br)
Crianças inseguras, pais angustiados e sofrimento diante da separação iminente.
Esse não precisa ser o retrato do início dos pequenos na creche.
É possível diminuir o desconforto e proporcionar uma adaptação
tranquila e saudável para os bebês e sua família. A fase de acolhimento
na Educação Infantil é diferente para cada faixa etária e requer atenção
redobrada com bebês de até 2 anos. Afinal, quase tudo é novidade para eles:
a convivência com outras crianças e adultos (além do círculo
mais próximo), as brincadeiras com a areia...
O primeiro passo é conhecer bem a criançada. Entender seus costumes
e medos ajuda a elaborar o planejamento. "Quando percebem que
o educador sabe coisas que as fazem se sentir bem, elas ficam mais
calmas", diz Rosa Virgínia Pantoni, mestre em Psicologia
e coordenadora de assistência social da Creche Carochinha,
ligada à Universidade de São Paulo (USP).
Antes de receber a turma, é fundamental ler com atenção
todas as informações contidas na ficha de anamnese (com histórico
de saúde). Também é desejável fazer uma entrevista detalhada
com a família. Durante o bate-papo, os pais podem esclarecer
dúvidas e ajudar você e seus colegas a entender os hábitos da criança.
"É um momento de ajuste de expectativas. É essencial escutar
o que os familiares esperam e explicar os objetivos da instituição",
diz Ana Charnizon, educadora da UMEI Aarão Reis, em Belo Horizonte.
Mostrar interesse pela criança é uma forma de tranquilizar os pais.
Vale perguntar como é a rotina em casa, do que a criança gosta
de brincar e de comer e se possui objetos de apego. A entrevista
pode ser finalizada com uma visita pelos ambientes.
Bebês de até 10 meses estranham a escola, o modo como
são colocados para dormir e a comida oferecida. É necessário
prestar atenção nos aspectos sensoriais: deixar objetos pessoais,
como mantinhas, chupeta e fronhas, junto ao berço ajuda na adaptação.
A ausência dos pais não incomoda, mas a textura diferente do
lençol do berço, a forma como são colocados para dormir,
a temperatura da água do banho, sim.
Depois de completar 1 ano, a adaptação muda um pouco. O foco principal
agora é fazer com que o bebê se acostume à ausência dos responsáveis.
Por isso, é necessário alternar momentos em que os familiares
estejam próximos e distantes da criança. Nessa idade, ela já começa
a estranhar quem não conhece e estabelece vínculos com alguns
adultos. Faz parte do processo, então, manter os rostos conhecidos
ao alcance da visão do pequeno. A separação é feita aos poucos,
intercalando momentos de aproximação e de ausência, até que o
bebê se acostume à rotina na creche.
Outra estratégia para assegurar a tranquilidade é fazer um espaço
para cada criança . Assim, ela entende que há um lugar coletivo,
mas que também existe um cantinho só dela, com seus objetos
de apego ou brinquedos. Isso faz com que se estabeleçam vínculos
com o local. Também é importante definir uma rotina,
com horários e regras, para que os pequenos se sintam amparados.
O choro nos momentos iniciais da separação é normal e deve
passar logo, à medida que a criança percebe que é acolhida e
compreendida. Caso o berreiro persista, isso pode ser sinal
de insegurança. Outras manifestações de desconforto são o
sono constante, a apatia e a recusa em comer. Reuniões e
estudos periódicos permitem aprofundar o conhecimento a
respeito do universo infantil e agir nesses casos.
"A insegurança dos responsáveis influencia ansiedade
dos pequenos. Por isso, os profissionais precisam estar preparados",
explica Ana.
Cabe ao educador acolher os bebês, reconhecer seus sentimentos
e fortalecê-los emocionalmente. "As ações devem estar voltadas
para a apresentação do novo ambiente de uma forma delicada",
explica Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São
Paulo. "O que está em jogo é o compromisso em transformar os
sentimentos de angústia presentes neste momento em segurança e
afeto", completa
Como fazer uma
boa adaptação no berçário
Preparação e parceria com a família são fundamentais
para assegurar uma adaptação tranquila aos bebês
que vão à escola pela primeira vez
Fernanda Salla (novaescola@atleitor.com.br)
Respeito às particularidades de cada criança
HORA DO BANHO Cuidados compartilhados ajudam a educadora a entender como o bebê está acostumado a se banha
As semanas de adaptação - que podem ser até três -
são especiais e requerem uma programação diferente.
Definir um escalonamento de horários, para que os pequenos aumentem
gradualmente o tempo na creche, ajuda a acostumá-los com o ambiente.
Não há regras: alguns demandam um tempo maior para se adaptar.
Essa escala também vale para a chegada dos bebês à creche.
No Centro Social Marista Robru, em São Paulo,
o acolhimento é programado para que cheguem à instituição
quatro crianças por semana - assim, é possível dar mais atenção
a elas e estreitar o contato com as famílias, que participam
ativamente do processo de adaptação.
Durante as primeiras semanas, os pais compartilham formas de cuidados,
como dar banho e alimentar. Assim, os educadores
podem observar as características de cada criança,
como a temperatura que gostam que esteja a água do banho,
o modo como tomam a mamadeira e como preferem ficar no berço.
"Essa é uma forma de observar o que eles fazem. Dessa forma,
planejamos melhor nossas ações", argumenta a educadora Kelly
Cristina de Almeida.
Reportagem sugerida por 3 leitoras: Eliane Avando Cintra, Guarulhos, SP, Gislaine da Silva Faita,
Osasco, SP, e Hellen Santos de Oliveira, São Paulo, SP. Tirada do Site Nova Escola
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