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professora jessica
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A
adptação de crianças de 0 a 3 anos
A adaptação de uma criança de 0
a 3 anos em uma escola, dependerá das atitudes dos docentes e dos cuidadores da
criança. Uma criança vai para a escola, esperando que o pessoal da escola deve
estar preparado para receber a criança. O trabalho de preparação deverá ser
compartilhado com os pais
Adaptação bem feita
Bebês e crianças
pequenas se sentem à vontade quando a creche acolhe as famílias e os objetos
pessoais de todos
Cristiane
Marangon (novaescola@atleitor.com.br)
A decisão de matricular o filho na
Educação Infantil é movida por diferentes razões. Alguns precisam apenas de um
lugar para deixá-lo, enquanto outros entendem que esse é o ambiente mais
apropriado para os pequenos. Nos dois casos, os primeiros dias na creche
costumam não ser fáceis. As mães (ou responsáveis) choram discretamente, se
sentindo culpadas pela separação, e a criançada abre o berreiro ao ver os
adultos saírem pela porta. Evitar cenas assim é possível quando os
profissionais escolares programam uma boa adaptação para todos. "Como, na
maioria das vezes, essa é a primeira vivência de meninos e meninas num espaço
coletivo fora de casa, devemos fazer dessa experiência a grande e boa
referência para as próximas relações", diz Beatriz Ferraz, diretora de
projetos de formação continuada da Escola de Educadores, em São Paulo.
No Colégio Farroupilha, em Porto
Alegre, a professora Edimari Rodrigues Romeu tem grande preocupação com a
adaptação. "Para amenizar o sofrimento das famílias, é preciso mostrar que
as crianças ficam bem na creche", lembra. Com isso em mente, ela
desenvolveu no início deste ano o projeto Um Cantinho da Minha Casa na Escola
com sua turma de berçário. O trabalho com os pequenos, de até 1 ano e meio,
durou dois meses e rendeu um diploma por ter ficado entre os 50 melhores do
Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 em 2007.
Durante a entrevista com as famílias,
Edimari pediu fotos das crianças com os parentes, os animais de estimação e os
brinquedos preferidos. "É importante que elas encontrem objetos pessoais
na escola", justifica. "Isso dá a sensação de extensão de casa na
instituição." Com o material, escolheu um canto, colocou um tapete
colorido de EVA no chão e espalhou almofadas e brinquedos devidamente
identificados. Em paralelo, confeccionou um painel com os retratos. Tirou
cópias coloridas e as fixou em cartolina branca com um adesivo transparente
largo. Por fim, colocou o mural na parede numa altura acessível ao grupo.
Álbum de fotos
As imagens originais foram para álbuns individuais. A professora cortou ao meio folhas coloridas de tamanho A4 e colou as fotos em cada pedaço. Depois, digitou as legendas no computador e imprimiu em papel branco. Nelas, o nome das pessoas e a situação ("Pedro com seus avós no parque", por exemplo). Para garantir mais durabilidade, envolveu as folhas com plástico adesivo transparente. Com o furador, fez dois orifícios em todas as páginas e as uniu com barbante. Na capa, escreveu "Eu e minha família". Como a intenção era deixá-los ao alcance da criançada, ela tomou o cuidado de não usar grampeador nem fio de náilon para não causar machucados.
Álbum de fotos
As imagens originais foram para álbuns individuais. A professora cortou ao meio folhas coloridas de tamanho A4 e colou as fotos em cada pedaço. Depois, digitou as legendas no computador e imprimiu em papel branco. Nelas, o nome das pessoas e a situação ("Pedro com seus avós no parque", por exemplo). Para garantir mais durabilidade, envolveu as folhas com plástico adesivo transparente. Com o furador, fez dois orifícios em todas as páginas e as uniu com barbante. Na capa, escreveu "Eu e minha família". Como a intenção era deixá-los ao alcance da criançada, ela tomou o cuidado de não usar grampeador nem fio de náilon para não causar machucados.
Todos os dias, alguém chegava com um
brinquedo para juntar ao canto. Edimari reunia a turma numa roda, fazia a
chamada e mostrava o novo objeto. "Eu contava quem havia trazido e
estimulava o empréstimo, mas nem sempre era atendida. Quem não queria
compartilhar era respeitado", diz. Dessa maneira, ficava entendido o que
pertencia a quem. O mesmo aconteceu com a inserção de fotos inéditas, com
destaque para o nome e as peculiaridades de cada família.
O tempo todo, os pequenos estão livres
para explorar o espaço. "Em alguns momentos, eles ficam um longo período
olhando e observando seus parentes e os dos colegas", conta. Mas nem todos
se acalmam vendo a imagem da família na parede. No princípio, era comum alguns
chorarem de saudade. Quando isso acontecia, a educadora os pegava no colo e
conversava sobre o momento em que se reencontrariam com os pais novamente. Um
de seus argumentos era a proximidade da hora de saída. Para os que não têm
autonomia para se locomover, como os bebês de colo e os que ainda não
engatinham ou andam, a estratégia é levá-los ao painel ou fixar as fotos no
chão com plástico adesivo transparente. Desde o início do ano, Edimari já refez
o material algumas vezes por causa da manipulação, mas isso não é problema. O
que importa mesmo é o bem-estar da turma.
Envolvimento de todos
O CEI Mina, na capital paulista, tem um projeto institucional de adaptação bastante elogiado. Assim que recebe a lista de interessados em fazer a matrícula, a diretora Rosangela Santos Barbosa marca uma entrevista com os pais ou os responsáveis. No dia combinado, ela aplica um questionário com perguntas sobre concepção, gestação, parto, relações afetivas, higiene, alimentação, sono e outros aspectos da vida da criança em casa. Sua intenção é reunir informações para que a equipe consiga fazer um atendimento personalizado. Depois, ela explica o planejamento pedagógico e apresenta todos os espaços e funcionários, dando ênfase aos lugares onde a criança vai ficar. O fim da conversa é um convite para que os adultos passem alguns dias na creche, acompanhando a rotina.
Envolvimento de todos
O CEI Mina, na capital paulista, tem um projeto institucional de adaptação bastante elogiado. Assim que recebe a lista de interessados em fazer a matrícula, a diretora Rosangela Santos Barbosa marca uma entrevista com os pais ou os responsáveis. No dia combinado, ela aplica um questionário com perguntas sobre concepção, gestação, parto, relações afetivas, higiene, alimentação, sono e outros aspectos da vida da criança em casa. Sua intenção é reunir informações para que a equipe consiga fazer um atendimento personalizado. Depois, ela explica o planejamento pedagógico e apresenta todos os espaços e funcionários, dando ênfase aos lugares onde a criança vai ficar. O fim da conversa é um convite para que os adultos passem alguns dias na creche, acompanhando a rotina.
Rosangela tem objetivos definidos.
"Quero proporcionar tranquilidade e fazer com que todos se sintam seguros
acompanhando nosso trabalho", explica. A medida tem um ganho adicional.
Com a família dentro da instituição, os professores aprendem mais rapidamente a
melhor maneira de cuidar do novo integrante da turma. "O ideal é que a
primeira troca de fraldas seja feita pela mãe com a observação do
educador", defende a consultora Beatriz.
Na CEI Mina, os adultos participam
ainda de palestras e discussões pedagógicas. "Sempre exibo um vídeo e leio
sobre o tema adaptação antes de iniciar uma reflexão", conta a diretora.
Além do ambiente preparado com mesa, cadeiras e videocassete, ela oferece um
lanche. Nesse clima descontraído, todos se sentem à vontade para compartilhar
impressões e angústias. Com o entrosamento no espaço escolar, Rosangela propõe
uma oficina de sucata para a confecção de um brinquedo. A produção dos pais é
sempre colocada na sala da creche. Outra iniciativa é integrar os participantes
às atividades do dia-a-dia. "O envolvimento é tão grande que as pessoas
não se restringem a dar atenção aos seus", narra.
Os especialistas recomendam ainda
compartilhar um texto sobre o desenvolvimento infantil e explicar o que
acontece em cada época da infância, principalmente na fase em que está o filho.
A equipe e a família
A equipe pedagógica também merece uma adaptação. "A rotina da instituição se altera completamente com a chegada de cada novo integrante, seja no início do ano, seja agora", justifica Silvana Augusto, assessora para Educação Infantil e formadora de professores, de São Paulo. Nesse caso, coordenadores e diretores devem orientar professores e demais funcionários sobre como se comportar: por exemplo, explicar aos cozinheiros que, se acriança rejeitar a comida, não é um problema do trabalho dele.
A equipe e a família
A equipe pedagógica também merece uma adaptação. "A rotina da instituição se altera completamente com a chegada de cada novo integrante, seja no início do ano, seja agora", justifica Silvana Augusto, assessora para Educação Infantil e formadora de professores, de São Paulo. Nesse caso, coordenadores e diretores devem orientar professores e demais funcionários sobre como se comportar: por exemplo, explicar aos cozinheiros que, se acriança rejeitar a comida, não é um problema do trabalho dele.
A adaptação é um período de
aprendizagem. Família, escola e crianças descobrem sobre convívio, segurança,
ritmos e exploração de novos ambientes, entre tantas outras coisas. Para as
famílias das crianças do CEI Mina, fica a clareza de fazer parte da creche,
pois a equipe considera o sentimento delas para desenvolver o próprio trabalho.
"Estamos prontos para receber os pais. Eles são nossos parceiros!",
diz Rosangela.
No Colégio Farroupilha, a professora
gaúcha também alcançou seu objetivo: as crianças rapidamente ficaram tranqüilas
dentro do novo ambiente. Para demonstrar isso aos pais ou responsáveis, fez
fotos de diferentes situações, como a brincadeira no tanque de areia, a hora do
lanche, o abraço apertado no brinquedo querido e os olhares felizes em direção
ao mural. "As crianças aprendem a ficar longe da família e, com isso, se
apropriam dos espaços da creche", avalia.
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